Nota sobre a proposta da União Europeia de elevar tarifa e reduzir cotas de importação de aço
09/10/2025 |
Assessoria de Imprensa Aço Brasil
O Instituto Aço Brasil vê a proposta da União Europeia em relação às importações de aço, de reduzir as cotas pela metade e elevar as tarifas para 50%, como mais um exemplo drástico da escalada das reações frente ao produto estrangeiro vendido em condições desleais, capaz de acentuar o risco de desvios de comércio e o desequilíbrio do já sobreofertado mercado internacional.
Anunciada na última terça-feira (7), a medida eleva o grau de urgência com que o Brasil deve reagir, buscando tornar mais efetiva a aplicação de mecanismos de defesas comerciais em relação ao segmento. Trata-se de mais um grande ator global do aço que recorre a uma dura medida para tentar preservar a capacidade de suas usinas de investir e gerar empregos, depois dos Estados Unidos e do Canadá.
Para o Brasil, a consequência imediata é o aumento da vulnerabilidade de sua indústria do aço frente à onda predatória de importações, tornando ainda mais delicada sua já preocupante situação. Sem dispor de defesa comercial condizente com a gravidade do quadro global de guerra comercial desleal no setor, o Brasil vai se consolidando cada vez mais como destino preferencial do aço vendido abaixo do preço de custo, que não encontra mais espaço em mercados com defesas aplicadas de forma mais efetiva.
Atualmente, as importações corroem um terço do mercado brasileiro de aço. De janeiro a agosto, as importações de aço laminado ao Brasil cresceram 30% em relação a igual período de 2024, e a previsão é de alta de 32,2% no ano, o triplo da média histórica. A alta ocorre mesmo após o Brasil ter reforçado as defesas comerciais em relação a 14 NCMs (Nomenclaturas Comuns do Mercosul), de 273 disponíveis, com a renovação do mecanismo Cota-Tarifa.
O Aço Brasil reconhece os esforços do governo para conter as importações predatórias, mas, lamentavelmente, o produto vendido a preços desleais continua entrando no país, facilitado por acordos comerciais, regimes especiais, incentivos estaduais e fraudes na classificação de produtos.
O Aço Brasil tem defendido a necessidade imediata de o Brasil reagir, por entender que a situação ameaça não só a indústria do aço, mas toda a cadeia produtiva metalmetânica, bem como sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento do país, por meio dos investimentos realizados e empregos gerados, e para a segurança nacional.
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