Gerdau planeja investir cerca de R$ 1 bi em Minas até 2021
20/02/2020 |
Diário do Comércio
A Gerdau segue focada nos investimentos voltados para as operações em Minas Gerais e deve investir cerca de R$ 1 bilhão nas operações no Estado nos próximos dois anos. Além disso, no final do ano passado, a empresa obteve a licença para a nova área chamada Várzea Leste Norte, que faz parte do complexo Várzea do Lopes, localizado em Itabirito/Moeda. O empreendimento contará com a produção de 1 milhão de toneladas de minério de ferro ao ano e as obras serão iniciadas entre final de março e início de abril. Também estão previstos investimentos próximos a R$ 40 milhões na descaracterização de barragens em 2020. 'Tivemos importantes avanços no final de 2019. Na operação de mineração, cujo foco é o abastecimento interno, obtivemos, em dezembro, licença para a nova área Várzea Leste Norte, que contará com a produção de 1 milhão de toneladas de minério de ferro ao ano. Outro avanço foi o nosso plano de solução para descaracterização do alteamento a montante da barragem dos Alemães, que foi aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM)', explicou o diretor-presidente (CEO) da Gerdau, Gustavo Werneck. O investimento previsto para a descaracterização da barragem dos Alemães, em Ouro Preto, é de R$ 40 milhões em 2020. Werneck explica que Minas Gerais é um estado muito importante para a Gerdau, por isso, nos próximos anos, uma parte muito significativa dos investimentos previstos para o Brasil será direcionada para o Estado. 'Na mineração, vamos fazer investimentos importantes em processamento a seco e vamos aportar na descaracterização da barragem. Na usina de Ouro Branco vamos ter um ciclo de investimentos importante de 2020 a 2024. A unidade passará por manutenções, modernização tecnológica e melhoria da competitividade. Vamos ter uma obra relevante no alto-forno 1 por volta de 2023. Boa parte do capex previsto para o Brasil vai ser direcionado para Ouro Branco. Nos próximos dois anos, serão investidos R$ 1 bilhão em Minas Gerais especialmente na mineração e na usina'. Em 2019, os investimentos da Gerdau somaram R$ 1,7 bilhão, sendo R$ 797 milhões para manutenção geral, R$ 424 milhões para manutenção da usina de Ouro Branco e R$ 525 milhões para expansão e atualização tecnológica. Do valor total desembolsado no ano, 49% foram destinados para a operação Brasil, 24% para a Aços Especiais, 23% para a América do Norte e 4% para a América do Sul. O plano de investimentos global da companhia para 2020 continua sendo de R$ 2,6 bilhões, que faz parte do programa de capex de R$ 7 bilhões para o período de 3 anos (2019-2021).
Resultados - A Gerdau
apresentou queda de 73,8% no lucro líquido ao longo do último trimestre de 2019, frente igual período do ano anterior, com o valor recuando de R$ 389 milhões para R$ 102 milhões.
De acordo com balanço divulgado ontem pela a companhia, o resultado negativo registrado no último trimestre do ano elevou a queda no fechamento de 2019. Na conclusão do ano, a siderúrgica registrou uma retração de 47,7%, com o lucro líquido somando R$ 1,2 bilhão, ante os R$ 2,3 bilhões registrados ao longo de 2018. Queda também foi registrada na receita líquida trimestral. Entre outubro e dezembro, a receita caiu 12,5%, passando de R$ 10,9 bilhões para R$ 9,5 bilhões. No acumulado de 2019, a receita retraiu 14,1%, encerrando o período em R$ 39,64 bilhões, ante os R$ 46,1 bilhões registrados no ano anterior. No lucro ante juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi registrada queda de 19,4%, caindo de R$ 1,4 bilhão no quarto trimestre de 2018 para R$ 1,1 bilhão em igual período de 2019. No ano, a queda ficou em 14,2%, com o valor de R$ 5,7 bilhões, ante os R$ 6,6 bilhões registrados em 2018. De acordo com o vice-presidente executivo de finanças (CFO) da Gerdau, Harley Scardoelli, a queda se deve ao mercado e a paradas realizadas pela empresa. 'No Brasil, o resultado foi afetado, principalmente, pelas paradas nos fornos elétricos no trimestre e pela maior exportação de produtos semiacabados no período, com margens inferiores as praticadas no final de 2018 devido aos menores preços de aço no mercado internacional'.
A produção de aço bruto da Gerdau chegou a 2,9 milhões de toneladas no quarto trimestre, contra 3,2 milhões de toneladas um ano antes, queda de 8,4%. Já as vendas chegaram a 3 milhões de toneladas entre outubro e dezembro de 2019, enquanto na mesma época de 2018 havia sido de 3,1 milhões de toneladas. Resultado 2,8% menor. No acumulado do ano, a produção da siderúrgica caiu de 15,3 milhões de toneladas em 2018 para 12,4 milhões de toneladas em 2019, volume 18,8% inferior. As vendas também ?caram menores, saindo de 143,5 milhões de toneladas para 12 milhões de toneladas em 2019, retração de 17%. Na Operação de Negócio Brasil (ON Brasil), ao longo do quarto trimestre de 2019, a produção de aço bruto somou 1,4 milhão de toneladas, queda de 1% frente a igual período anterior. Mantendo a mesma base de comparação, foi veri?cada alta de 13,2% nas vendas totais internas somando 1,4 milhão de toneladas. As vendas internas de aços longos, 1 milhão de toneladas, cresceram 14,9% e de aços planos, 434 mil toneladas, aumentaram 11,4%. O diretor-presidente (CEO) da Gerdau, Gustavo Werneck, destaca que, no Brasil, ao longo do quarto trimestre de 2019, houve um crescimento acima da média do mercado doméstico de aços planos e longos. No período, as vendas de aços planos cresceram 11,4%, impulsionadas, principalmente, pelo avanço da estratégia em chapas grossas nos setores eólicos, máquinas e equipamentos, embarcações e óleo e gás. Para 2020, as perspectivas são positivas e os negócios serão estimulados pelos avanços na construção civil e nos projetos de infraestrutura. 'A cadeia consumidora de aço encerrou 2019 com baixos níveis de estoques e demanda aquecida. O mercado doméstico de aços longos, os sinais de reação no setor de construção civil no Brasil se con?rmaram nos últimos meses do ano, o que resultou em aumento de 17% nas nossas vendas de aço para concreto armado no quarto trimestre de 2019. Para 2020, o avanço dos lançamentos da construção civil, que estavam restritos aos grandes centros, devem se estender a outras regiões do País, favorecendo uma retomada mais consistente para o setor da construção e contribuir para a maior demanda pelos nossos produtos'. Ainda conforme Werneck, é esperado um avanço maior no setor de infraestrutura a partir do segundo semestre de 2020, seguindo os destravamentos dos investimentos públicos e das parcerias com o setor privado. O segmento de varejo também segue bastante positivo, segundo Werneck. 'Nossas vendas subiram 34% em 2019, frente a 2018, enquanto a base de cliente cresceu 55%. Além disso, as vendas vias canais eletrônicos passaram a representar 11% dos volumes vendidos devido ao lançamento da loja virtual', disse Werneck. (MV)
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